quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Maconha pode reduzir danos cerebrais após AVC

Maconha pode reduzir danos cerebrais após AVC

stroke-marijuana-brain-12-03-720x340
Uma nova pesquisa sugere que componentes da maconha pode proteger o cérebro contra os danos causados por acidente vascular cerebral.
Mais uma aplicação medicinal da maconha começa a ser pesquisada. Não é de hoje que existem fortes suspeitas de que a ganja pode ajudar no tratamento do AVC, e os cientistas começam a estudar melhor esse perfil terapêutico. De acordo com o Nottingham Post, pesquisadores da Universidade de Nottingham conduziram uma meta -análise de estudos, e concluíram que os canabinoides podem reduzir a gravidade do acidente vascular cerebral, bem como melhorar os resultados neurológicos. Os cientistas esperam para realizar testes em humanos em um futuro próximo.
O autor principal, Dr. Tim England, consultor honorário da na Universidade de Nottingham e do Hospital Royal Derby, apresentou as conclusões esta semana na conferência anual US Stroke Forum.
Dr. England explicou num release universitário que, embora a pesquisa até agora esteja limitada à animais, os últimos resultados foram promissores e fornecem suporte para estudos em humanos.
Esta meta- análise de estudos pré-clínicos de AVC fornece informações valiosas sobre a existência, e mais importante, a falta de dados sobre o uso de canabinoides como um potencial tratamento para pacientes com AVC . Os dados estão orientando os próximos passos na experiência, a fim de estarmos aptos a iniciar de forma segura um ensaio clínico.
Dr. England e sua equipe examinaram 94 estudos feitos anteriormente que envolvem os efeitos de vários canabinoides em 1022 ratos, camundongos e macacos , segundo The New Zealand Herald. Os efeitos sobre o AVC parece ser consistente em todos os três tipos de canabinoides: sintética, derivados de maconha e aqueles produzidos naturalmente pelo corpo.
Dr. Dale Webb, diretor de pesquisa e informação no Stroke Association, também concluiu que os cientistas deveriam agora procurar replicar os resultados em humanos.
Os resultados identificaram o potencial dos canabinoides para reduzir os danos cerebrais causados ​​por acidente vascular cerebral. Mais pesquisas são necessárias para investigar se os canabinoides têm os mesmos efeitos nos seres humanos – os efeitos da maconha sobre o cérebro são altamente complexos e continua a ser uma substância de risco.
Após a apresentação dos resultados, o Dr. Madina Kara, um neurocientista da Stroke Association, disse que testes em humanos estão agora “em discussão”. Ou seja, muito em breve teremos novos estudos sendo feitos nesse sentido. É importante que estudos desse tipo continuem a ser estimulados para que os benefícios da planta possam ser melhor explorados. É uma pena que estejamos caminhando na contra-mão e não seja possível realizar pesquisas desse nível no Brasil.

Fonte:
http://projetocharas.com/maconha-pode-reduzir-danos-cerebrais-apos-avc/

Marrocos entra na roda

Marrocos entra na roda

timthumb
Políticos marroquinos abrem o debate sobre uma futura mudança na política de drogas e começam a considerar a legalização da maconha
Provavelmente o maior produtor de haxixe do mundo, o Marrocos também parece estar cansado da falida Guerra às Drogas e começa a considerar alternativas menos nocivas à sociedade. Um dos principais partidos políticos do país iniciou o processo de legalização no país nesta quarta-feira, com uma audiência informativa no parlamento sobre seus usos industriais e medicinais.
A audiência realizada pelo Partido para Autenticidade e Modernidade, ou PAM, é o primeiro passo para a introdução de um projeto de lei que visa legalizar o cultivo de maconha – uma parcela muito significativa da economia.
Segundo a ONU, o Marrocos é um dos maiores produtores de haxixe do planeta, fornecendo 42% da oferta mundial, com praticamente tudo indo pra Europa. O haxixe marroquino é famoso no mundo inteiro pela sua alta qualidade, sendo desejado e traficado para todos os cantos e vendido a preços altíssimos.
Os legisladores do partido (criado por um conselheiro do rei em 2009), dizem que a lei teria como objetivo ajudar pequenos agricultores na região, mas vivem entre os traficantes e a polícia.
“Não estamos tentando legalizar a produção de drogas, mas buscamos regulamentar a produção de medicamentos e produtos industrializados feitos a partir desta planta. Queremos criar uma economia alternativa na região”, disse Milouda Hazib, chefe da delegação parlamentar do partido. Ela estima que um milhão de marroquinos, te um total de 32 milhões, vivem graças ao cultivo de maconha e produção de haxixe.
Durante a audiência, os participantes falaram sobre uma lei para controlar a área cultivada e talvez até, uma agência nacional para comprar o cultivo e em seguida, vendê-lo para várias indústrias.
As montanhas Rif são uma das partes mais pobres e subdesenvolvidas do país e seu solo pobre mantém apenas algumas outras plantas além da forte canábis. Todos os esforços para oferecer melhores condições à região falharam ao longo do anos.
Mehdi Bensaid, um legislador do partido, disse que na audiência, incluiu seu testemunho onde aborda as experiências suíças no uso da maconha para fins medicinais e industriais, e que precisam procurar uma nova política para o país que não seja apenas queimar plantações esporadicamente e perseguir cultivadores.
“As políticas de segurança não estão resolvendo o problema, porque isso é uma questão social e econômica, e o PAM esta tentando encontrar uma alternativa viável”, disse ele. “Achamos que essa agricultura pode se tornar um importante recurso econômico para o Marrocos e para os cidadãos dessa região”.
Ele disse que o próximo passo é convidar outros partidos políticos para participarem também e apresentarem o novo projeto já no próximo ano. A maconha sempre foi cultivada na região, o cultivo explodiu na década de 1960 com o aumento da demanda da Europa.
O Marrocos é um signatário do tratado de controle de drogas de 1961 e iria enfrentar sanções se legalizasse a maconha para fins recreativos, porém o tratado prevê exceções para usos medicinais e industriais.
Porém, ainda que vários legisladores de partidos diferentes, incluindo o Partido Islâmico Moderado, manifestaram apoio para alguma forma de legalização, o projeto deverá enfrentar grandes dificuldades no parlamento. É importante que o Uruguai confirme a mudança, não só para incentivar a América Latina, mas o mundo inteiro também estará de olho na experiência dos nossos vizinhos.
Se tudo correr bem, poderá servir de grande inspiração e ajuda para os legisladores marroquinos. Seria bom o Brasil se apressar na questão legalização, pois estamos ficando para trás e esse mercado será de vital no futuro, além de acabar com a injustiça contra pacientes e usuários, aliviar nosso sistema carcerário e judiciário, nossos policiais e poupar milhões em recursos públicos.

Fonte:
http://projetocharas.com/marrocos-entra-na-roda/

quarta-feira, 6 de julho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quebrando o tabu .

Para FHC, filme sobre drogas não será discutido no Congresso
Publicidade
DANIEL MÉDICI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fernando Henrique Cardoso estará nos cinemas na próxima sexta-feira (3). Ele é o personagem principal do documentário "Quebrando o Tabu", de Fernando Grostein Andrade, sobre o combate ao uso de drogas em diferentes partes do mundo.

No filme, o ex-presidente da República argumenta que a criminalização do usuário, ao invés de inibir, incentiva o tráfico de drogas. Ele e todos os entrevistados do filme, que incluem personalidades como Bill Clinton, Paulo Coelho e Drauzio Varella, defendem a descriminalização do consumo e o tratamento médico, não policial, a dependentes químicos.

"Esse não é um filme de tese", disse FHC, em conversa com jornalistas, na segunda-feira. "É um documentário à procura de soluções."

Afirmou também que o objetivo do longa-metragem é informar o público a respeito do problema, para fomentar um debate. "Não acho que o tema deva ser discutido pelo Congresso neste momento. As sociedades não mudam de uma vez, mas em etapas", declara.

FINANCIAMENTO

Mesmo apresentando entrevistas favoráveis à descriminalização do uso de drogas ilícitas, o documentário captou R$ 2,7 milhões em leis de incentivo para ser realizado.

"Só conseguimos patrocínio quando já tínhamos material para mostrar às empresas, para que vissem que estávamos fazendo um trabalho sério", diz Fernando Menocci, um dos produtores de "Quebrando o Tabu".

"Apesar de este ser um filme a favor da diminuição do consumo de drogas", completa.


Clique aqui e assista o trailer do filme "Quebrando o tabú"

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

'Usuário não é bandido', diz FHC sobre drogas

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defendeu a descriminalização dos usuários de drogas em entrevista veiculada neste domingo no programa Esquenta!, apresentado por Regina Casé na Rede Globo. "O usuário não é um bandido, não pode ser tratado como criminoso", disse FHC, que perdeu as eleições para a prefeitura de São Paulo em 1985, quando foi alvo de uma campanha moralista do então adversário Jânio Quadros, que o acusava de ser ateu e de ter fumado maconha na década de 1960.

"Não é que não deva penalizar. Descriminalizar quer dizer que não adianta colocar o usuário na cadeia, onde ele só vai aprender a usar outras drogas. O usuário deve ser tratado. (Descriminalizar) não é legalizar a droga, não é liberar", ressalvou o tucano, que elogiou o combate ao tráfico realizado pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. "Acho que os problemas precisam ser enfrentados com coragem. Na Colômbia, há uma luta terrível contra os narcotraficantes. No México, a guerra contra o tráfico certamente deixa mais pessoas mortas que os conflitos no Oriente Médio. Já no Brasil, vivemos uma experiência interessante (com as UPPs)".

Para o ex-presidente, o Brasil deve seguir o exemplo de países que têm "avançado" no modo de lidar com a questão. "Dependemos de nós mesmos. À medida que mais pessoas tenham essa opinião (favorável à descriminalização), as coisas avançam. E estão avançando, lentamente. Está avançando na Argentina e no México. Avançou muito em Portugal, na Holanda, na Rússia, na Alemanha. A ideia que vem dos Estados Unidos de que 'basta prender que resolve' fracassou", afirmou.

Novo ministro da Justiça diz apoiar discussão sobre descriminalização do uso de drogas

O novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é a favor de que haja uma discussão pública sobre a descriminalização do uso de drogas. Para ele, o assunto "precisa ser colocado para a sociedade". O ministro fez a declaração na manhã desta quarta-feira, durante a gravação do programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar às 22h desta quarta-feira.

Cardozo não antecipou sua opinião, se contra ou a favor da descriminalização, mas ponderou que "posições muito vanguardistas são desastrosas". Após o programa, o ministro disse à Agência Brasil que a discussão pode evoluir para uma consulta, por meio de plebiscito ou de referendo. Com a posse de Dilma Rousseff, a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) foi transferida para o Ministro da Justiça.

O ministro também é mais um a fazer coro a favor de reformas nas legislação processual. Ele defendeu, durante a gravação programa, a redução da possibilidade de recursos e que a tramitação de papéis seja totalmente informatizada e que o acesso à Justiça seja mais barato e democrático.

Além de mudança na lei, Cardozo avalia que o problema é "do sistema", "de cultura" e "não dos juízes". Ele informou que pretende mudar o nome da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça para "Secretaria do Judiciário" ou "Secretaria de Assuntos Judiciários".

O ministro da Justiça ainda se posicionou a favor do Projeto de Lei nº 7.376/2010, que cria a Comissão Nacional da Verdade para apurar crimes contra os direitos humanos (sequestro, tortura, estupro e assassinato) praticados por militares e policiais durante a ditadura militar (1954-1985)

O projeto de lei é uma herança do governo Lula e aguarda tramitação na Câmara dos Deputados desde maio de 2010. A proposta provocou uma indisposição entre as pastas de Defesa e de Direitos Humanos no governo passado. "Reparação da verdade é fundamental", disse, ao apontar que se houver divergência interna no governo quem decide é a presidenta Dilma Rousseff.

Na opinião de Cardozo, a condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada à OEA (Organização dos Estados Americanos) --por causa da violação de direitos fundamentais de 62 pessoas desaparecidas durante a Guerrilha do Araguaia (ocorrida no início dos anos 1970) e por não prestar esclarecimentos aos parentes sobre o paradeiro dos corpos dessas pessoas--, poderá fazer com que seja revista a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou os crimes perdoados pela Lei de Anistia de 1979.

"Como isso vai se desdobrar não cabe a mim antecipar", afirmou, com cautela, ao ressaltar que a sua opinião era uma "interpretação jurídica" e não um questionamento de decisão do STF. Ainda sobre a ditadura militar, o ministro se posicionou favoravelmente ao "acesso garantido, conforme a lei" aos arquivos sobre o período.

Após ministro sugerir referendo, autoridades debatem descriminalização de drogas

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou ser favorável a uma discussão pública sobre a descriminalização do uso de drogas. "O assunto precisa ser colocado para a sociedade", declarou na semana passada.

Contrário à descriminalização, o presidente da seccional São Paulo da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D'Urso, afirma que muitos se afastam do consumo justamente por ser um crime. Ele ainda defende a intensificação das campanhas de prevenção.

Contrapondo D´Urso, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) ressalta que a atual proibição ajuda a formar um negócio violento e armado. "Esse mercado capitalizado impede a ação do setor público e o endereçamento de uma política de saúde correta".

Já o deputado federal Jefferson Campos (PSB-SP) concorda com a posição do líder da OAB-SP e diz que o poder público é apático no que diz respeito à recuperação dos usuários. "Não vemos o mesmo interesse para recuperar quem entrou neste caminho".

Paulo Borges, professor de direito penal da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Franca, diz que só uma mudança na lei obrigaria o Estado a agir de forma mais incisiva em relação aos dependentes.