segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Milton Friedman e a descriminação das drogas


por Paulo Mussoi
Fonte: Blog Sobre Drogas
16 / 12 / 2009


Quando a gente defende um ponto de vista polêmico sobre qualquer assunto, é sempre bom encontrar respaldo em pessoas de inegável capacidade intelectual. E mais ainda quando esse respaldo vem de pessoas respeitadas na sociedade. Vejo no post abaixo a reprodução do artigo que o poeta Ferreira Gullar escreveu na Folha de São Paulo, quinze dias atrás, contra a descriminação da maconha. Para muitos, pode ser uma boa defesa do ponto de vista. Mas uma análise mais ou menos profunda do texto pode chegar facilmente à conclusão oposta.

Afora nos ensinar que a palavra "descriminação" substituiu oficialmente o neologismo "descriminalização" nos dicionários brasileiros (e este blog passa, portanto, a adotar a nova forma), Ferreira Gullar oferece, novamente, uma argumentação baseada em conceitos despidos de informação concreta, alguns equívocos históricos e muita, muita opinião (isso para não dizer "moralismo", em respeito ao histórico libertário e vanguardista do poeta). Opinião válida, claro, mas discutível ao extremo.

Afirma Gullar, por exemplo, que drogas leves levam a drogas mais pesadas, e diz que sabe isso "por experiência própria". O que é isso senão uma análise parcial, pouco isenta e reducionista do problema? Diz também o poeta que "o aparelho judicial e a polícia foram criados para combater o crime e defender a sociedade". Na Suécia, talvez. Mas no Brasil, qualquer estudante de sociologia sabe que o aparato judicial e a polícia subsistem há cinco séculos defendendo a elite político-administrativa e controlando as massas. O texto segue ainda afirmando que, com as drogas liberadas, "um pai de família não teria autoridade para proibir um filho de fumar maconha". E depois ainda diz que sofismáticos são os argumentos pró-legalização.

Gullar ainda diz que o Brasil não produz cocaína, misturando o conceito de plantação de coca com refino da droga, e a comparação com o Fernandinho Beira-Mar é insustentável, pois faz crer que a defesa da legalização das drogas pretende transformar traficantes assassinos em comerciantes legais. Chega a ser um desrespeito a quem discute o tema com seriedade. Mas tudo bem: desfiar as inconsistências do texto de Ferreira Gullar é fácil e pouco útil, porque joga novamente o debate para a eterna cortina de fumaça que o pautou nas últimas décadas. Prefiro deixar aqui um outro lado da moeda: um outro personagem de inegável respaldo intelecutal, respeitabilidade, fama e, creio eu, um tantinho mais de informação sobre o tema do que o poeta Ferreira Gullar. Trata-se do lendário economista americano Milton Friedman, um dois maiores teóricos do liberalismo e do capitalismo no século XX, que nos deixou há três anos. Vejam com seus próprios olhos na entrevista abaixo, concedida nos anos 80, o que um dos pais do "american way of thinking" pensa sobre a descriminalização (ou melhor: descriminação) das drogas:
http://www.youtube.com/watch?v=nLsCC0LZxkY

2 comentários:

  1. Gostei do blog, só tem um problema. não é "descriminação" é "descriminalização".

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  2. "um pai de família não teria autoridade para proibir um filho de fumar maconha". A da um tempo ,manda vim quem quiser na minha vida verificar ,adotei meus sobrinhos gemeos ,desde que nasceram, hj estao com 17 anos, sabem que eu fumo maconha, nunca fumei na presença deles por que sou do tempo que respeita crianças e não usuarios ,ñ gosto e nem necessito me aparecer fumando ,o fato é que vivo pesquisando a respeito e como usuaria a quase 3 decadas ,sou um exemplo de mãe adotiva ainda por cima na minha epoca não era moda,e com pouquissimos recursos sempre fumando maconha,trabalhei na construçao civil como pedreira para crialos, ñ deixo se tatuarem,sair a noite,e controlo cada passo da vida dos dois,nem cigarro ,nem cerveja,saem só comigo para eventos
    um resuminho basico para eu argumentar o assunto maconha e familia
    talves eu seja acredito q sim um mau exemplo ,mas fala serio o q seria ter moral para reprimir um vicio de um filho?
    voçe se sacrificar dentro das condiçoes q a vida q vc veio t ofereceu para crialos com amor,saude,e segurança ? operei minha coluna d m arrebentar trabalhando,nao estudei p q ñ rolou, ñ vou ficar aqui dramatizando,mas a maconha m da equilibrio mental,apenas isso ,preparo meus filhos desde 5 ,6 anos para se protegerem de vicius,informaçao,conversa e exemplo do q é errado na pratica.
    Se controla vicio com educaçao,amor e familia,não reprendendo,hora tem bares proibindo a venda de bebidas alcoolicas,p q um pai q toma tdas tem moral e o maconheiro não ? corta tdo entao,cigarro,cachaça,e maconha ñ é nicotina e nem craque ,é unica,erva medicinal é calmante.

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